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segunda-feira, 21 de maio de 2018

A culpa não é das estrelas, pois eu esperava mais



  Quando vi a editora lançando e divulgando o livro "A culpa é das estrelas", de John Green, confesso que fiquei muito curiosa. Mais ainda ao ver o reboliço em meio aos leitores. Esperei A culpa não é das estrelas, pois eu esperava mais para comprar, preocupada com o fato de não dar conta de ler. Parei a leitura do Dorian Gray, que pretendo retomar. Eu o achei um pouco maçante. Não gosto muito de textos excessivamente descritivos. Mesmo que isso seja proposital e importante esteticamente para a obra.
    Assim que recebi o livro em sua versão econômica pus-me a ler.  A leitura é fácil e rápida. Se compararmos a degustação deste livro com a de alimentos, como fizeram vários sites na páscoa, sinto dizer que foi um leitinho com achocolatado morninho. Sim, eu esperava mais, John Green. Tema interessante, propósito interessante, abordagem jovem e com boas intenções, mas para mim este livro ganha apenas duas estrelinhas nos sites de relacionamento de leitores.
    Primeiramente, quero falar do coloquialismo desnecessário, porém bem construído, que deve ter sido bem adequado pela ótima tradutora da obra. Não estava acostumada a ler esse tal gênero dos personagens doentes e focado no público jovem adulto. Eu esperava um pouco mais. Me desapontei.
Claro que coloquialismo é necessário, ainda mais para um público leitor que exige esse foco, mas não precisava tanto.
    Agora o que mais me chocou, de verdade, foi a excessiva inteligência e capacidade reflexiva de pessoas tão jovens. John Green, você não me convenceu com o fato de que receberem o diploma pela terminalidade da doença tenha propiciado tamanha inteligência e intelectualidade para garotos tão jovens e com problemas tão sérios.
    Falar da pessoa com câncer e desmistificar tudo o que é idiotizador, principalmente para dar aos outros que estão envolvidos na doença, mas não como o próprio paciente, um sitocomêtro, foi o ponto auge de sua obra. Acho que essa é a maior função da literatura, e por isso sua obra é bastante valorosa. Isso não me desapontou.
    Porém,a forma utilizada, do casalzinho central e tudo mais, isso cansa um pouco. Quando chegou à parte do autor do UAI, achei que seria uma saga, mas não foi. Não me desapontei sobre o desfecho dessa parte, claro, foi interessante. Mas eu queria mais.
   Não me emocionei, e sim, tive empatia com as personagens, mas os fatores que deveriam me fazer chorar não fizeram. Isso é difícil de acontecer, não me fazer chorar. Mas fatalmente li sem despontar uma só lágrima. Talvez a culpa tenha sido minha e não das estrelas, já que elas não prometeram nada, a expectativa foi minha e pertence ao meu contexto de encontro com o livro.
   Recomendo sim, mas não espere muito se está acostumado a uma literatura mais rebuscada, e se está, recomendo mais ainda pelo fato de ser um livro leve e bom para limpar a cabeça das coisas mais complexas, pois é uma comédia romântica para preparar a mente e exigir pouco dela. Mesmo que as referências que ela traga sejam de fato interessantes, elas não fazem diferença para a narrativa.
   Não pretendo mesmo, de forma alguma, ofender ao autor e nem mesmo aos seus leitores e fãs, muito menos com meu coloquialismo estético e proposital. Os admiro e espero que continuem lendo e produzindo muito, mas que não parem por aí. Desbravem o mundo literário, e formem novos leitores, o mundo precisa! Obrigada John Green.

26/5/2014

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