Gisele Silva
O livro As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky, que é um autor estadunidense, que, além de escritor é cineasta, é um livro incrível que fala sobre muitas questões que passamos no correr da adolescência, medos, desilusões, encontros, desencontros, alegrias, tristezas...
Num primeiro momento ele pode parecer ser meio bobo, mas é de uma profundidade imensa, ele é escrito em cartas, onde o narrador Charlie, conta sua vida durante um ano para uma pessoa que ele não conhece e provavelmente nunca vá conhecer. Charlie passou por momentos delicados em sua vida, um garoto fechado, sem amigos e seu único amigo comete suicídio e ele nunca descobre a causa, já que seu amigo se foi sem nunca deixar margem do que possa ter lhe causado tanta dor.
Ao iniciar o Ensino Médio, Charlie encontra um casal de irmãos (Patrick e Sam) e logo vira amigo deles, passando a viver histórias encantadoras e a finalmente começar a fazer parte de um grupo, Charlie se apaixona por Sam, a irmã, mas acaba namorando outra garota do grupo e por conta disso acaba armando problemas que ele não consegue resolver prontamente, assim como todos nós já passamos ou vamos passar por esse tipo de situação. Ele volta a se isolar, voltando a amizade com os amigos com o passar do tempo, ao defender seu amigo de problemas com relação a preconceito. Além da temática morte, temos também a questão do homossexualismo, já que Patrick é gay e tem um caso com outro garoto que tem namorada e é popular, além de ser daqueles machões jogadores de futebol americano. Patrick vai a diversos lugares onde se pode encontrar um par, podemos perceber que a sociedade, tanto a estadunidense quanto a nossa, ainda é muito preconceituosa com relação a esse assunto. E talvez uma das temáticas mais dramáticas e complicadas da trama se encontra na questão do abuso sexual tanto em mulheres quanto a pedofilia, isso é falado suavemente no livro, devido ao fato de serem cartas, Charlie tenta ser o mais fiel e com o cuidado de não ofender seu leitor e, ao ler, ficamos estarrecidos com o fato e como a mente humana pode esconder determinadas coisas que passamos durante a infância, trazendo a tona com apenas um gesto.
O que mais impressiona na leitura são os livros que Charlie lê durante o romance e as músicas que escuta. Seu professor de Inglês vê seu potencial e lhe dá livros maravilhosos para que ele leia e faça trabalhos em cima desses livros, leituras que são magníficas para se aprender mais sobre a vida e superar anos que podem ser os melhores, mas também o mais carregados que possamos ter. Não são livros de autoajuda, como temos visto nas livrarias e sim clássicos da literatura universal, como O Apanhador no Campo de Centeio, Hamlet e On The Road. As músicas que ele escuta e costuma gravar em fitas K7 - sim em fitas k7 -, são lindas, sua banda predileta é The Smiths, com suas letras tristes, mas que falam exatamente o que estamos sentindo em determinados momentos.
Por fim, Charlie, depois de uma grande crise decide viver, decide conhecer outros mundos e outras pessoas, fazer sua vida valer a pena e superar seus medos e fracassos, como todos nós acabamos fazendo em algum momento de nossas vidas.
Um livro encantador e profundo que pode ajudar a nos entender e a entender o mundo, fazer pensar e agir sobre ele de forma mais consciente e de forma leve. Leia com carinho e poderá se beneficiar muito, seja adulto ou adolescente.
18/2/2013
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